Universidade investiga possível aumento de transferências indevidas. Promotoria avaliará caso de improbidade cívil. Medidas serão tomadas.
O Ministério Público Estadual (MP-SP) solicitou à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e à Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) justificativas acerca dos desvios de verbas de pesquisa no Instituto de Biologia (IB), revelados no início deste ano. Em um primeiro momento, um levantamento realizado pela instituição apontou um montante de, no mínimo, R$ 1,9 milhão em desvios de verbas. A Unicamp comunicou ao Ministério Público, no entanto, que uma nova auditoria identificou que esse valor pode chegar a R$ 3.04 milhões. Contudo, os desvios podem ser ainda mais significativos.
As verbas desviadas destinadas à pesquisa no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp estão sob escrutínio do Ministério Público e da Fapesp. A necessidade de esclarecimentos sobre os desvios de verbas é crucial para garantir a transparência e a integridade no uso dos recursos destinados à pesquisa científica. É fundamental que as instituições envolvidas adotem medidas rigorosas para prevenir futuros desvios e assegurar a correta aplicação dos recursos para o avanço do conhecimento e da ciência.
Desvios de Verbas na Fapesp: Suspeitas e Apropriação Indevida
Um levantamento realizado pelo g1 revelou que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) identificou transferências suspeitas no valor de R$ 5 milhões. No entanto, ainda está em andamento a investigação para determinar se todo esse montante foi desviado de forma indevida. As suspeitas de desvio recaem sobre a ex-funcionária da universidade, Ligiane Marinho de Ávila, que tinha a responsabilidade de efetuar os pagamentos aos pesquisadores.
De acordo com informações obtidas, Ligiane deixou o país em fevereiro e não há previsão de retorno. Sua demissão ocorreu em dezembro de 2023. Em meio às suspeitas de desvios de verbas, a promotoria de justiça instaurou um procedimento para investigar possíveis atos de improbidade administrativa no caso. Há preocupação com a demora dos órgãos públicos, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Fapesp, em adotar medidas que evitem a dilapidação dos valores.
A Unicamp informou que está conduzindo uma sindicância administrativa para apurar o caso e tomará as medidas cabíveis após a conclusão das investigações. Já a Fapesp respondeu que colaborou integralmente com as solicitações do Ministério Público, mas ressaltou que algumas informações dependem dos pesquisadores e de suas instituições.
Além da esfera cível de improbidade, as suspeitas de desvio de verbas também estão sendo investigadas criminalmente pela Polícia Civil, que apura possível crime de peculato. Ligiane, que está fora do país, solicitou que seu depoimento seja realizado por videoconferência. A investigação revelou que ela deixou o Brasil em fevereiro, logo após a descoberta dos desvios, embarcando para a França.
O Inquérito Policial em andamento apura as circunstâncias dos desvios na Unicamp e está sendo conduzido pelo 7º Distrito Policial de Campinas. A Polícia Civil já ouviu três suspeitos e segue com diligências na cidade. Detalhes adicionais estão sendo mantidos em sigilo para preservar a autonomia das investigações.
Diante desses desdobramentos, tanto a Unicamp quanto a defesa de Ligiane afirmaram que estão aguardando o desfecho das apurações para adotar as medidas necessárias. A complexidade do caso envolvendo desvios de verbas e apropriação indevida requer uma análise minuciosa de todos os envolvidos para garantir a lisura e a transparência no processo.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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