Executivos da maior empresa de energia da América Latina comentaram durante parte da teleconferência com analistas relatório de alternativas para troca do concessionário inadimplente.
No primeiro trimestre após a privatização da Eletrobras, os gestores da empresa destacaram em reunião com investidores os planos de ação para lidar com os desafios financeiros da Amazonas Energia, distribuidora que acumula uma dívida bilionária com a estatal de energia.
Diante da necessidade de uma solução rápida para resolver o impasse com a Amazonas Energia, a Eletrobras está focada em encontrar alternativas de breve prazo que possam garantir a sustentabilidade financeira no curto prazo. Essa estratégia busca evitar impactos negativos nos resultados da empresa e assegurar a continuidade das operações de distribuição de energia no Norte do país.
Solução imediata para a Amazonas Energia
Rodrigo Limp, vice-presidente de regulação e relações institucionais na Eletrobras, comentou a disputa com a Amazonas Energia, distribuidora que está inadimplente com o Grupo Eletrobras. A dívida da Amazonas apenas com a Eletronorte, por exemplo, é de R$ 3,6 bilhões.
Parte da teleconferência, Limp enfatizou a busca por uma solução estrutural com o Ministério das Minas e Energia e a Aneel, por meio de um grupo de trabalho que está elaborando um relatório de alternativas visando a troca do concessionário. Ele ressaltou que a empresa também está atuando na Justiça.
Em busca de uma brevi pazo, Limp afirmou: ‘Estamos buscando uma solução no curto prazo, entre abril e maio’. Além disso, enfatizou a importância de decisões importantes, como receber a maior parte dessa despesa corrente diretamente da CCE, e que têm atuado para que outros créditos que a Aneel libere para a Amazonas sejam repassados diretamente para a Eletrobras, visando evitar a deterioração da sustentabilidade da concessão.
Para solução rápida dos problemas, Limp admite que serão exigidas mudanças regulatórias que flexibilizem e tragam viabilidade para as mudanças da concessão.
Resultados expressivos da Eletrobras
Limp, durante a teleconferência com analistas, ressaltou que a Eletrobras, a maior companhia de energia elétrica da América Latina, registrou um lucro líquido de R$ 893 milhões no quarto trimestre, uma melhora significativa em relação ao prejuízo líquido de R$ 479 milhões obtido no último trimestre de 2022. No ano completo, o lucro líquido aumentou 21% em relação a 2022, totalizando R$ 4,4 bilhões.
Destacando a importância financeira, o Ebitda somou R$ 1 bilhão no quarto trimestre, uma queda de 26% em relação a 2022. Entretanto, no total do ano, o Ebitda atingiu R$ 17 bilhões, apresentando uma alta de 49% ante os doze meses de 2022.
Além disso, a ex-estatal também anunciou a proposta de distribuir dividendos de R$ 1,3 bilhão, valor 39% maior em relação aos pagos em 2023, referentes ao ano de 2022. Os números refletem um desempenho geral positivo, com aumento do lucro, do Ebitda e dos investimentos no período.
Considerando a perspectiva de bons resultados nos próximos trimestres, a Eletrobras tem demonstrado uma boa capacidade de adaptação às mudanças do mercado e tende a se beneficiar das mudanças regulatórias e das oportunidades oferecidas pelo Mercado Livre de Energia.
Ofensiva comercial e resultados satisfatórios
Monteiro e outros executivos da Eletrobras discutiram uma ofensiva na área comercial da empresa para atrair novos clientes, aproveitando as mudanças na lei que ampliaram o acesso de consumidores de alta tensão (grupo A) ao Mercado Livre de Energia. A empresa está focada em ampliar o volume de energia vendida no mercado livre, com uma previsão de aumento de 20% ao ano até 2029.
Com um valor de mercado de R$ 102,5 bilhões, a ação da Eletrobras acumulava uma alta de 1,3% até às 15h de quinta-feira, 14 de março, alcançando um valor de R$ 43,94. No ano, o papel registra um aumento de 30,5%, refletindo a confiança dos investidores na empresa e nas perspectivas de crescimento do setor de energia elétrica como um todo.
Fonte: @ NEO FEED
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