Desde 1985, a iniciativa também incentiva a redução da carne, promovendo a alimentação vegetariana e o equilíbrio com leguminosas para obter as proteínas necessárias.
Nesta quarta-feira (20) é celebrado o Dia Mundial Sem carne, uma data importante para refletir sobre os impactos do consumo de proteína animal no meio ambiente e na saúde. Reduzir a quantidade de carne na dieta pode trazer benefícios tanto para o nosso corpo quanto para o planeta, incentivando opções mais sustentáveis e saudáveis de alimentação.
Uma alimentação sem carne não significa abdicar da proteína animal de forma definitiva, mas sim buscar por fontes alternativas, como leguminosas, grãos e sementes ricos nesse nutriente essencial. Diversificar as fontes de proteína animal na dieta contribui para um cardápio mais equilibrado e com impacto positivo tanto na nossa saúde quanto no meio ambiente, uma escolha que pode ser feita diariamente, não apenas no Dia Mundial Sem carne.
Redução do Consumo de Carne para uma Melhor Saúde
A iniciativa é semelhante à ‘Segunda Sem Carne’, campanha internacional que incentiva as pessoas a não ingerirem proteína animal nas segundas-feiras.
Leia mais Reduzir o consumo de carne pode melhorar saúde do coração, diz pesquisa Câncer de próstata: dieta à base de plantas pode melhorar saúde sexual Vegano, vegetariano e flexitariano: conheça a diferença entre as dietas O Dia Mundial Sem Carne acontece desde 1985, quando houve a inclusão da data proposta pela ONG Farm Animal Rights Movement (Farm) no calendário mundial.
O objetivo inicial era alertar sobre os ‘males’ do consumo de carne e fomentar a discussão sobre o quanto a dieta onívora pode ser prejudicial para a saúde, os animais e o meio ambiente.Os números não mentemUma pesquisa do The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil) mostrou que, em 2022, o consumo das carnes bovina, suína, de frango e de peixe caiu 67% entre os brasileiros em relação ao ano anterior.O estudo do GFI também indicou que, do total de consumidores que diminuíram a carne na alimentação, 47% pretendem reduzir ainda mais em 2023.
Nesta pesquisa, o aumento do preço da carne foi colocado como a motivação de 45% dos brasileiros que reduziram seu consumo.
Para outros 36%, essa redução foi motivada por questões relacionadas à saúde, como melhorar a digestão, reduzir o colesterol ou perder peso.Principais benefícios da redução da carneThaisa Navolar, nutricionista vegana e membro da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), comenta que uma dieta vegetariana é ‘mais rica em fibras por conta do aumento do consumo de frutas, verduras, legumes, cereais integrais, nozes e leguminosas’.
E completa: ‘Com o aumento do consumo desses grupos de alimentos, há uma maior ingestão também de substâncias protetoras, como antioxidantes e compostos bioativos.’A redução ou não ingestão de carne já foi comprovada como benéfica para a saúde.
Fontes Alternativas de Proteína
Para Bárbara Sant’Ana, nutricionista formada pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB) e vegetariana há mais de seis anos, a lista de substitutos para carnes é extensa.
‘Os alimentos fonte de proteína vegetal são os feijões: todos os tipos de feijões (preto, vermelho, branco, carioca, azuki, fradinho etc), lentilha, grão de bico, ervilha, soja e seus derivados, sendo a soja o alimento com maior teor de proteína dentre todas as opções’, relata ela.A nutricionista reforça que mesmo com opções vegetarianas ou veganas, não é indicado ter uma dieta baseada em fast foods e alimentos ultraprocessados.
Os benefícios desse tipo de dieta só existem quando há uma mudança para alimentos de origem vegetal e in natura.Mitos sobre o veganismo e vegetarianismoQuando se trata de uma dieta sem consumo de carnes, ou de nenhum tipo de produto de origem animal, não é difícil ouvir questionamentos como ‘vai faltar ferro’, ‘precisa de suplementação’, ‘só vai comer legumes’, ‘crianças e grávidas não podem’, ‘é muito caro’, e outros mitos.No consultório, Thaisa comenta que escuta muito sobre o aumento de consumo do carboidrato.
‘Com toda essa onda low carb, isso ficou um pouco mais problemático’, relata. O importante, neste caso, é escolher boas opções como batata-doce, batata e mandioca, por exemplo.Sobre as ‘metas’ diárias de proteína, Navolar conta que não é difícil conseguir sem comer carnes, mesmo em momentos da vida em que é necessário ingerir mais do macronutriente.
‘Isso é facilmente atingido com o equilíbrio do consumo de leguminosas, fazendo a distribuição ao longo do dia e ajustando de acordo sempre com as necessidades individuais. Geralmente, recomendamos que a ingestão de proteína seja em torno de 0,8 a 1,5 gramas por dia’.Segundo Bárbara Sant’Ana, em seu consultório, o questionamento mais frequente é sobre o consumo de soja.
Em sua percepção, há um medo em consumir o alimento por conta de informações erradas divulgadas sobre ele.
‘Para desmistificar essa crença (e qualquer outra), eu utilizo argumentos baseados em evidências científicas, compartilho artigos, livros e materiais com meus pacientes, para que entendam e também possam pesquisar por conta própria em locais confiáveis.’Como reduzir o consumo de carne?Thaisa Navolar separou quatro principais dicas para quem quer diminuir ou encerrar o consumo de carne em sua dieta: Confie, vai dar tudo certo.
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A alimentação vegetariana é simples e natural, não é um bicho de sete cabeças; Procure orientação nutricional e especializada, se possível. Busca aqueles profissionais que entendam da alimentação vegetariana, que vão saber acolher a sua opção e também te orientar de forma adequada. Tópicos Carne Dieta Veganismo vegetarianismo Compartilhe:
Fonte: © CNN Brasil
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